
Ela sonhava. E parece que de tando sonhar seus sonhos viraram realidade. Sabe, ela tinha tantos, que tornar apenas um real, já era perfeito. Todas as noites ela tinha novos, e eles nunca se repetiam. Ela tinha tantos, que poderia até vendê-los em feira livre, assim, como algo de valor para ela, mas não para os outros. Mas as vezes eles passavam longe de serem sonhos, eram algo pior, algo que nem sequer na sua mente poderia existir. Se passavam em lugares inimagináveis, com pessoas que sequer eram “normais”. Cada qual tinha uma categoria que ela mesma havia composto. Eles sempre faziam-a refletir sobre ela própria. Se valia a pena viver, se ela estava mesmo amando-o. Ah, ela o amava, mais que ela mesma sequer pudesse amar seu cachorro. Engraçado, toda vez que se lembrava dele ela escondia lágrimas, e saía de casa com um sorriso falso no rosto. Tão triste era sua vida sem ele por perto. Tão amarga e insensível ela ficava perto das pessoas. Ela se trancava, não respondia a sequer um oi, quem dirá um tudo bem. Ela o amava. Mesmo não querendo e mesmo não gostando dessa escolha. Quando falavam dele, ela se fechava mais ainda. Depois do ocorrido, seu coração havia ficado como gelo, e só alguém poderia descongelá-lo. Mas ela não queria nada de ninguém, e muito menos dele. Ela queria apenas paz, uma vida descente, e sonhos, mais sonhos. Já que faziam pouco dela, ela não iria fazer muito de quem nem se quer merecia. Bianca Scottá
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