terça-feira, janeiro 24, 2012

Carta encontrada após 10 anos no fundo de uma gaveta























Não sei quanto tempo vai demorar para você encontrar essa carta. Pode demorar anos ou meses, mas enfim. Eu fui embora, te deixei e quero pedir desculpas por isso. Eu fui covarde, um verdadeiro idiota. Mas provavelmente você está feliz agora, acertei? Se mudando pra uma casa maior e deixando o passado pra trás. Foi por isso que eu resolvi ir embora, pra você ser feliz. Ao meu lado você não era e eu percebia isso todos os dias em seus olhos. Desculpe-me por não ter sido bom suficiente, por ter prometido te fazer feliz e não ter feito. Eu espero que você tenha superado minha ida, espero que esteja feliz e sorrindo, aquele sorriso que eu não via a tanto tempo. O sorriso que eu sempre amei, o sorriso que me conquistou. Minha pequena, se perceber algumas partes enrugadas nessa folha são marcas de minhas lágrimas, desculpe por isso. Sou tão idiota, né? Além de te deixar estou chorando. Eu te amo, viu minha eterna garota? E quero que você sorria sempre, que faça tudo o que sempre desejou. Que tenha filhos lindos e um marido que te ame, ame mais do que eu te amei, ame como você merece. Se quiser me encontrar, vou te dizer onde… Mas não me traga flores, elas costumam murchar rápido nessa terra ruim, sabe? Então, nunca tive muito dinheiro e o pouco que tive gastei para gastos pessoais, desculpa. Mas eu te deixo meu amor… A coisa mais preciosa que me restou. Se quiser me encontrar vá até aquela rua que fica a dois quarteirões daqui, entre portão adentro e caminhe alguns passos, se não me encontrar pergunte ao senhor que fica no portão. Provavelmente ao chegar em frente ao local você vai chorar e perguntar porque fiz isso, mas eu tive meus motivos e você sabe que eu nunca fui de contar meus problemas pra ti. Desculpa por meu túmulo não ser o mais bonito de todos, mas foi com isso que gastei o pouco dinheiro que eu tinha. Não chore minha pequena, apenas lembre-se que eu sempre te amei. Roh

Nenhum comentário:

Postar um comentário